Redução do apetite em demência

Muito comum no consultório da geriatria a queixa que o idoso esta comendo menos, principalmente quando estamos falando de um idoso com demência.
A demência gera uma série de mudanças corporais, fisiológicas e de rotina no seu portador, que acabam por comprometer o apetite, o prazer e a capacidade de se alimentar via oral.
Vários pacientes podem evoluir com deturpação do paladar e ou do olfato, fazendo com que os alimentos se tornem menos agradáveis. Deturpações como predileção somente por alimentos doces, ou muito salgados podem ocorrer . Por tudo isso fazer pratos coloridos e chamativos podem ajudar a atiçar o apetite do seu familiar.
Além da alteração sensitiva, a tarefa de se alimentar demanda de bastante atividade cognitiva, desde o manuseio dos talheres e do alimento no prato, até a coordenação da deglutição. Com o avançar da doença o paciente passa a ter cada vez mais dificuldade para realizar estas tarefas, devendo-se adaptar toda alimentação para facilitar a manutenção da capacidade de comer sozinho enquanto der. Troca de garfo e faca por colheres, pratos mais fundos para evitar queda dos alimentos do prato, alimentação pastosa ou triturada…
A redução do nível de atividade física, com redução do gasto calórico diário também é uma causa da redução de apetite, nesses casos devemos mais atividades ao longo dia e quando não for possível, devemos garantir o aporte calórico-proteico adequado em menores porções de comida, muita vezes sendo necessário introdução de suplementos. Existem varias medicações no mercado que prometem aumentar o apetite, mas a maioria delas em estudos falaram em mostrar tal efeito, por isso levando em consideração que estes pacientes geralmente ja são polimedicados, devemos evitar introdução de medicações para o apetite sem avaliação médica. Idealmente devemos pesar mensalmente estes pacientes com alterações alimentares, e a perda de peso deve ser sempre um alerta para voltar ao especialista.

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